Dia Nacional do Escritor

Pegou papel e caneta. A inquietude de seus próprios pensamentos tinha feito o escritor saltar do conforto de sua cama no meio da noite e correr para seu refúgio de palavras. Primeiro, ele dançaria com substantivos e adjetivos que serviriam de tijolos e vigas na construção de um novo espaço. Depois, viriam os verbos, os advérbios, as conjunções, as interjeições e todas as outras classes de palavras escolhidas cuidadosamente para se transformar nas engrenagens de uma nova história - tudo, é claro, fruto do bailar noturno do escritor com as palavras.

Engana-se quem pensa que tal dança é sempre fluída. Escrever não se trata de "um, dois, três quatro", mas sim de "um, um, dois? Dois. Oh, três. E quatro." Sim, por muitas e muitas vezes é preciso domar as palavras, mas estas, senhoras e senhores, abraçam quando bem tratadas. E quando abraçam,abraçam um abraço grande, reconfortante e fazem com que quem escreve abrace também o leitor, mesmo sem saber. Aquele refúgio passa a ser compartilhado. A dança solitária agora é um grande baile de máscaras  e o resultado, meus caros é lindo.
O escritor então, um tanto quando mais leve, volta a dormir.

"No dia 25 de julho de 1960, após a realização do primeiro Festival do Escritor Brasileiro, promovido pela União Brasileira de Escritores – tendo João Peregrino Júnior na presidência, e Jorge Amado, como vice-presidente - foi criado o Dia do Escritor. Uma justa homenagem a todos aqueles que receberam o dom de transcrever em palavras, relatos, histórias, fantasias, sentimentos e vivências."

Eis nossa singela lembrança para este dia. Feliz dia do escritor!