21.10.10

Quer um conselho? Olhe em volta.



Eu sempre fui aquele tipo engraçado de pessoa que vivia se perdendo e tropeçando em seus sonhos e desejos. Finalmente, agora, eu estava fazendo algo para realizá-los. A caminho do aeroporto.

Minha paixão, desde muito nova era a música. Algo se encaixava enquanto eu combinava sons, palavras, poesia e notas musicais. Nunca entendi muito de amor, mas o amor, era o nutriente essencial da minha poesia.
 Minha vida amorosa era um ciclo bem organizado e racional: havia um período em que todos os meus pensamentos giravam em torno daquele novo candidato a príncipe encantado, até que ele se mostrasse um cafajeste e me decepcionasse. Era uma vez eu caindo de amores, e de repente estava caindo fora. Começava então a fossa e tudo acabava virando uma nova música. Sempre assim: Sonho. Decepção. Fossa. Música. Até que tudo começasse outra vez. Foi minha maneira de sobreviver durante algum tempo - uma sonhadora passiva.
Então, em algum ponto depois da música, aprendi uma lição sobre percepção. Nós, a banda, estávamos batalhando para fazer dinheiro com música. Éramos muito unidos, principalmente Tom e eu. Bom, Tom não era exatamente da banda, mas era o garoto da casa ao lado desde sempre, e um produtor excelente. Estávamos embarcando rumo a cidade próxima, para um show pequeno quando ele disse:" Sabe o que é interessante?" começou ele " As vezes, nós não vemos coisas óbvias. Coisas importantes, mas ainda assim óbvias."
"Como o que?"
"Como eu. Eu estava aqui, e você não viu.  Mas cansei e estou fazendo algo a respeito disso: não vou mais viajar com a banda.  Sempre fui o garoto da casa ao lado, mas você vai ter que sentir minha falta.  Pare de ver, e enxergue realmente, tudo o que você tem. Você está deixando sua vida passar em branco, preocupada demais com suas insatisfações."
Funcionou. Respeitei a decisão de Tom por alguns minutos, mas não pude deixá-lo partir. Foi o primeiro "eu te amo" de verdade que ouvi, e ao qual inesperadamente retribuí da maneira mais sincera. De todo modo, a vida levou Tom por um caminho diferente depois de algum tempo - e não o culpei por isso. Tom ainda era meu melhor amigo, e eu o amava tão sinceramente quando antes. Eu tinha aprendido a lição. Aprendi a enxergar o que antes, somente estava vendo passar: a minha vida. Meu coração, já cheio de band-aids se estabilizava. Estava crescendo, amadurecendo. Eu agora lutava pelos meus sonhos, e não apenas tropeçava neles. Agarrava as oportunidades. Por isso agora estava batendo os saltos rapidamente pelo aeroporto: estava em turnê com a banda, indo para outro país. Enfim, tinha encontrado meu feliz para sempre, e nem precisei fazer muito.Quer um conselho? Olhe em volta. È clichê, mas funciona.




Bom, eu tentei. Ao pessoal que ainda vem aqui e comentou no meu desesperado post de ontem, os agradecimentos de uma pseudo-escritora em reabilitação, hahaha. Prometo textos melhores na próxima (Y)

3 comentários:

  1. Anônimo21.10.10

    Nossa, me identifiquei demais com o texto e, ele ficou muito bom, meus Parabéns!!!
    Beijos ;* E mais boas ideias para você...

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  2. Olá

    Que bom que voltou a escrever, e é assim mesmo um passo de cada vez até que você entre as palavras que tanto espera.
    Mas eu acho que você já encontrou e deixou a desejar , pq esse texto despertou a minha curiosidade, queria tivesse continuação... Sei lá se um dia ela encotra o Tom de novo ou algo do tipo.


    Beijos

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  3. Anônimo22.10.10

    Huhul! Amo seus textos e QUE BOM que você escreveu,parabéns :) Amo,amo,amo esse texto.Parece o que eu estou passando mais eu não tenho uma banda :/ Bom,amei sua criatividade e vou sempre ler seus textos maravilhosos,com carinho
    A anônima :)

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