A dinâmica dos [fins de] relacionamentos

    Estive pensando com os meus botões... Até que ponto é possível "superar" alguém? Não levamos todos um pouco de cada relacionamento em nossa carga emocional? Mesmo depois de encontrar outra pessoa, todo aquele amor que você sentia simplesmente se esvai, se apaga no tempo?
   Algumas pessoas se preocupam demais com continuidade. Dizem que um amor antigo só pode ser superado com um novo amor, que sair para badalar ajuda a esquecer. Mas, e precisa esquecer? Andamos tão preocupados com esse tal status de não ficar por baixo, que deixamos de pensar que não foi tempo perdido.
   Ninguém começa algo para não durar, ou pelo menos não deveriam. Amores eventualmente tem fim, mas não porque se quisesse assim. Então vivemos, e nos entregamos, e na maioria das vezes nos decepcionamos, mas no final, muito mais que mágoas, ressentimentos e traumas, sobram bons momentos. E esse sim é um fim genuíno.
   E, aliás, quanto os fins interferem nos recomeços? Se, de fato, não esquecemos uma pessoa totalmente e o que aprendemos com ela fica, como sentir-se totalmente preparado para embarcar em outra? Fins trazem medos. Medo de decepcionar-se novamente, de magoar-se ainda mais. Isso significa que, quanto mais nos relacionamos, menos queremos nos relacionar? Estar com alguém é complicado, mas o fato é que no fim, o sentimento é o que impulsiona (ou não) as pessoas.  No fim, o que sentimos é o que vai definir quão longe chegaremos.