20.8.12

Porno Política - Paixões e taras na vida brasileira, Arnaldo Jabor

 

Essa leitura não é... comum. Não é daquelas ficções corriqueiras. Ao contrário. Arnaldo Jabor é real, bem real. Repleto de crônicas acerca de suas experiências pessoais, o livro disserta principalmente sobre (obviamente) política e sexo.
  Mas fala também do amor, com uma passagem ligeira no poder da mídia em moldá-lo, como no capítulo em que o autor separa somente para contar sua decepção no romance Ronaldo-Daniela Cicarelli. Ou do amor entre gays, que ele cita no meu capítulo preferido, episódio no qual ele assistiu O segredo de Brokeback Montain.





     "Há qualquer coisa de épico na história, muito mais que romântica. Há um heroísmo grego, como entre Aquiles e Pátroclo na Íliada, algo desse nível. O filme não é importante pela forma, linguagem ou coisas assim. Não. Ele é muito bom por ser uma reflexão sobre a fome que nos move para os outros, sobre a pulsação pura de uma animalidade dominante, que há muito tempo não vemos no cinema e na literatura, nesses tempos de sexo de mercado e de amorezinhos narcisistas." 
                                                                                (Capítulo BrokeBack é um filme sobre machos)

   Arnaldo Jabor sabe falar das coisas. Faz metáforas e analogias brilhantes. E apesar de não concordar com algumas de suas opiniões e pontos de vista, acho seu raciocínio e análise dos assuntos extremamente interessante. Eis uma citação das que mais gostei de ler:

 "Eu nunca conheci a Mulher. Eu já amei e odiei "mulheres". Então por que esse título genérico? Os homens são mais classificáveis que as mulheres. Não haverá nessa generalização um desejo de fazê-las compreensíveis, por medo de sua diversidade? Não existe a Mulher."
                                                                                                        (Página 19)

    Gostei do seu ponto de vista não somente porque sou mulher, mas porque concordo que o ser humano tem essa mania de tudo generalizar. Mulher é isso, homem é aquilo. Homem não presta, mulher só sabe chorar. Não existe, como ele aponta, a Mulher. Também não existe o Homem. Existem pessoas, uma diferente da outra. Enfim, que mais posso dizer sobre o livro? Acho que não muito. Pois parafraseando uma frase popular: Jabor não é para ser explicado, Jabor é para ser sentido.

2 comentários:

  1. Adorei. Não conhecia o livro e pelo que parece, o autor sabe escrever muito bem ;)
    Linda resenha diva, obrigado pela dica :Ç
    Sucesso SEMPRE, beijão ;*

    Ewerton Lenildo - @Papeldeumlivro
    papeldeumlivro.blogspot.com

    ResponderExcluir
  2. Olha, confesso que até hoje este livro minha atrairia mas você me animou. Se você gostou do livro mesmo não concordando com algumas opiniões do autor é porque ele é muito bom e inteligente. ÓTIMA resenha *o*
    Beijos!

    Chel Lima
    http://corujando.org

    ResponderExcluir